PORTUGAL está
a perder fé no europeísmo. Compreende-se! Foi longa e acidentada a viagem desde
a “Europa Connosco”, os sorrisos do “mon ami Mitterrand”, os gritos do Kreisky
no Porto, os berros do Felipe Gonzalez em Campo Maior e o punho
de ferro do Helmut Schmidt no Largo do
Rato, passando pelo Fundo Social Europeu, até
chegarmos a este beijo da morte
da troika.
Mas se
em 1985, um ano antes do Dr. Soares assinar os papéis nos Jerónimos, só 24 por
cento dos portugueses acreditavam na Europa comunitária e queriam entrar para o
clube, verdade se diga que em 1987, um ano depois de estarmos a pagar quotas, 70
por cento dos Portugueses já eram a favor da UE e pensavam e sentiam que estava
a ser muito bom para nós estarmos ali aninhados, a receber cada vez mais e a
fazer cada vez menos.
Segundo
os últimos inquéritos e estudos de hoje, no presente, só 40 por cento dos
Portugueses são a favor de continuarmos comunitariamente europeus. O que é
pouco, se pensarmos que estamos ao mesmo nível das repúblicas bálticas, que
sempre viram na Europa Comunitária um desígnio instrumental, e muito pouco, se
nos recordarmos que o presidente da Comissão Europeia é Português e até já foi
nosso Primeiro-Ministro.
In Sorumbático, 6 Novembro 2012
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