terça-feira, 6 de novembro de 2012

A FÉ QUE NOS ABANDONA



PORTUGAL está a perder fé no europeísmo. Compreende-se! Foi longa e acidentada a viagem desde a “Europa Connosco”, os sorrisos do “mon ami Mitterrand”, os gritos do Kreisky no Porto, os berros do Felipe Gonzalez em Campo Maior e o punho de ferro do Helmut  Schmidt no Largo do Rato, passando pelo Fundo Social Europeu, até  chegarmos  a este beijo da morte da troika. 
Mas se em 1985, um ano antes do Dr. Soares assinar os papéis nos Jerónimos, só 24 por cento dos portugueses acreditavam na Europa comunitária e queriam entrar para o clube, verdade se diga que em 1987, um ano depois de estarmos a pagar quotas, 70 por cento dos Portugueses já eram a favor da UE e pensavam e sentiam que estava a ser muito bom para nós estarmos ali aninhados, a receber cada vez mais e a fazer cada vez menos.
Segundo os últimos inquéritos e estudos de hoje, no presente, só 40 por cento dos Portugueses são a favor de continuarmos comunitariamente europeus. O que é pouco, se pensarmos que estamos ao mesmo nível das repúblicas bálticas, que sempre viram na Europa Comunitária um desígnio instrumental, e muito pouco, se nos recordarmos que o presidente da Comissão Europeia é Português e até já foi nosso Primeiro-Ministro.
In Sorumbático, 6 Novembro 2012

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