ENTRE os meus amigos e conhecidos não sei bem
aquilo que mais odeiam: se o gás, a luz ou a água. Nenhum deles põe em causa a
importância destes três bens essenciais à nossa vida, está bom de ver. Aquilo
de que eles se queixam e protestam é da falta de vergonha de quem administra os
respectivos fornecimentos e olham estarrecidos para os valores que cada mês as
correspondentes facturas lhes apresentam.
Julgo, no entanto, que o principal alvo da fúria destes
consumidores é a EDP, que tem o descaramento de apresentar quase meia factura
com parcelas que não correspondem a bens de consumo. Impostos, taxas, custos e
SIEG, que é um vocábulo que a EDP inventou antes da chegada dos chineses para
ali meter aquilo que chama de “Serviços de Interesse Económico Geral”, e que servem
para encapotar actividades estranhas, designadamente as dos seus sócios das
energias renováveis.
Os pobres vão ter um inverno mais frio e os mais velhos podem
adoecer com mais facilidade face a este entendimento social da EDP que, por
outro lado, não regateia o seu contributo para inviabilizar muitas empresas já
aflitas, as quais já poderão assim fechar, lançando mais umas centenas de
portugueses no desemprego.
Bons tempos, meus amigos, os do Senhor Faísca e os da Electricidade
em pó…
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In Sorumbático, 20 Nov 12
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