A EUROPA nem disfarça: assistimos à maior
crise de integração europeia de sempre. Mas também parece haver cada vez menos
gente preocupada com isso, se atentarmos nos anseios pelo regresso às moedas
nacionais, se prestarmos atenção à desilusão perante a crise económica e
financeira e, principalmente, aos desejos de desintegração que muitos estados
europeus claramente manifestam.
A Escócia vai decidir em 2014 se passa a estado independente,
apesar de ser um partido independentista que hoje a governa, gozando de apreciável
autonomia, com parlamento próprio.
Na Catalunha sucede a mesma coisa, mas os catalães não estão
satisfeitos e querem mais, embora as consequências da separação catalã do
Estado espanhol possam ser mais sérias, desde logo porque também o País Basco
viria logo atrás e a Galiza não se faria esperar.
Na Bélgica, os flamengos querem separar-se dos valões
(francófonos). Na Itália um partido defende a separação do Sul, que despreza,
do Norte, criando aqui uma nova nação, a Padânia. Os nacionalistas da Córsega
também não fazem a vida fácil à França. Isto para ficarmos pela União Europeia,
porque se formos à Europa que antes foi parte integrante da União Soviética,
encontramos muitas mais e igualmente complexas questões.
Não deixa de fazer-nos pensar que quando a integração europeia
sofre a sua maior crise de sempre, a tendência para a desintegração se
manifeste tão fortemente em
tantos Estados europeus, revelando aquilo que se pode tomar
por uma clara e séria tendência.
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