terça-feira, 30 de outubro de 2012

JUSTOS E PECADORES


HÁ POUCO mais duma semana, seis cientistas e um representante do Governo foram condenados a 6 anos de cadeia por terem tentado tranquilizar as populações de L’Aquila, pedindo-lhes que não entrassem em pânico por causa duma onda de sismos que se fez sentir naquela região de Itália em 2009. Mas pouco depois, a 6 de Abril desse mesmo ano, um terramoto destruiria ali povoações e mataria um total de 309 pessoas.
Aqueles que aprovaram edifícios que não foram construídos pelas regras anti-sísmicas obrigatórias,  não foram sequer julgados. Mas meia dúzia de cientistas que participaram numa reunião com o representante do Governo e concordaram em dizer que uma série de sismos não antecedem, necessariamente, um terramoto sempre imprevisível, foram achados culpados e condenados a prisão efectiva.
Os geólogos foram ingénuos ao darem o seu nome e a estarem presentes num evento mediático organizado  para tranquilizar a população assustada. Principalmente, ao nem terem sequer controlado os termos do comunicado final que agora os inculpou.
Não comento a incongruência da sentença, cujo acórdão desconheço. O mal vai ser, de futuro, os cientistas recusarem-se a dar opiniões sobre fenómenos que não podem prevenir. O bom é que, daqui em diante, os cientistas  se mostrem mais independentes do poder político, qualquer que este seja. 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Rir ainda não paga imposto


NA MANIFESTAÇÃO de 15 de Setembro, contra a austeridade do Governo e da troika, houve diversos sinais de humor, criatividade e boa disposição de que nos podemos orgulhar. São símbolos do melhor da nossa identidade colectiva e não deixam de nos acompanhar nos períodos mais difíceis e controversos. Infelizmente, os nossos humoristas profissionais perderam a graça toda, entregues a encomendas de longa duração, e os nossos jornalistas têm muitas e boas razões para se preocuparem com outras coisas, acabando nós, assim, por só darmos por aquilo que nós próprios vemos.
O melhor cartaz da manifestação de 15 de Setembro era o que não queria que o ministro Gaspar transformasse o nosso País num “irremediável POORTUGAL”. Notáveis a graça, o poder de síntese e o efeito que a revista britânica “The Economist” teve a distanciação suficiente, o profissionalismo e o golpe de asa de recuperar e de destacar, atribuindo-lhe acertadamente a sua autoria “à rua”.
Graciosamente, o autor do artigo sobre Portugal e a sua dramática situação económica e financeira não resiste a comparar este “rebranding” popular à criação do ministério do Dr. Manuel Pinho, ministro de Sócrates, quando fez uma campanha internacional para vender o “ALLGARVE”.
Mas havia outros cartazes notáveis nas ruas de Lisboa, durante a manifestação de 15 de Setembro. Um deles, de que não me esquecerei, explicava: “Este Governo é como o meu marido. Não sabe o caminho, mas não pára para perguntar”.
Esta capacidade de humor recorda-me algumas outras frases que em 74-75, em pleno PREC, iam fazendo rir a “revolução”. Como a inscrição na Avenida 5 de Outubro que garantia que “tudo na vida tem um fim, menos o chouriço que tem dois.” Ou a Igreja dos Mártires apresentando numa porta “Entrada dos Leões” e, noutra, “Entrada dos Cristãos”.
E o humor popular tem sempre algo de interactivo. Vejam a frase escrita sobre o símbolo católico do peixe “Cristo vem aí!” a que alguém respondeu, com outra tinta e caligrafia “Venho já”!
Poderíamos ficar aqui a recordar muitas outras expressões do nosso genuíno humor popular. Tanto, que em vez disso atrevo-me a pedir ao SORUMBÁTICO que solicite aos seus contribuidores e leitores para aqui enviarem frases destas de que se recordem, a fim de todos nós podermos rir-nos um pouco, apesar da crise! Há dias, um jovem enfermeiro que teve de emigrar pediu ao Presidente que não aprovasse uma lei com taxas sobre as lágrimas e a saudade. Eu, aqui, não peço mais nada a ninguém. Lembro só que, por enquanto, rir não paga imposto!
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In Sorumbático – 23 Out 12

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Parece que foi hoje…



O MINISTRO Victor Gaspar disse, a quem o quis ouvir, que a sua proposta de Orçamento de Estado não pode ser mexida. “Não há margem”, explicou ele.”No máximo,” explicou ele”, há uma margem mínima para correcções”.
O pessoal ficou compreensivelmente chocado. Ele atreve-se a dizer que não podem modificar nada?! Então e o Parlamento? Os deputados representam os papéis que lhes encomendam, mas dito assim, à frente de todos, parece muito mal! Por que raio não conta o Parlamento numa coisa tão importante para todos como esta, pergunto eu!?
Porque o Governo do Estado Moderno é apenas um comité de gestão de negócios comuns de toda a classe burguesa. Na sociedade burguesa, o capital é independente e pessoal enquanto o indivíduo que trabalha não tem independência nem personalidade. Impedida pela necessidade de mercados sempre novos, a burguesia invade todo o globo, necessita estabelecer-se em toda a parte, explorar em toda a parte, criar vínculos em toda a parte.
A resultante obrigatória dessas transformações foi a centralização política. Províncias independentes, apenas ligadas por débeis laços federativos, possuindo interesses, leis, governos e tarifas aduaneiras diferentes foram unidas numa só nação, com um só governo, uma só lei, um só interesse nacional de classe, uma só barreira alfandegária.
Em virtude da concorrência crescente e devido às crises comerciais que daí resultam, os salários tornam-se cada vez mais instáveis.
O preço médio que se paga pelo trabalho por conta de outrem é um mínimo de salário, ou seja, é a soma dos meios de subsistência necessários para que o trabalhador viva como trabalhador.
Depois de sofrer a exploração do fabricante e de receber o seu salário em dinheiro, o operário torna-se presa de outros membros da burguesia: do proprietário, do retalhista, do banqueiro, etc.
As camadas inferiores da classe média de outrora, os pequenos industriais, pequenos comerciantes e pessoas que possuem rendas, artesãos, camponeses, caem nas fileiras do proletariado.
De que maneira consegue a burguesia vencer as crises? Por um lado através da destruição violenta de uma grande quantidade de forças produtivas; por outro lado pela conquista de novos mercados e pela exploração mais intensa dos antigos. A que leva isso? À formação de futuras crises, mais extensas e destruidoras, e à diminuição dos meios capazes de evitá-las.
Toda a explicação utilizada para responder à pergunta que formulei no segundo parágrafo foi escrita há 164 anos e consta do Manifesto do Partido Comunista. É Marx e Engels sem tirar nem pôr. Quem me ajudou a encontrar esta citação que se aplica aos nossos tempos de hoje com plena actualidade foi o Pedro Tadeu, mas quando se lê o que os teóricos escreviam regressamos com eles ao século XIX , muito próximo afinal, de onde nos encontramos agora.

domingo, 21 de outubro de 2012

Uma Clara Tendência


A EUROPA nem disfarça: assistimos à maior crise de integração europeia de sempre. Mas também parece haver cada vez menos gente preocupada com isso, se atentarmos nos anseios pelo regresso às moedas nacionais, se prestarmos atenção à desilusão perante a crise económica e financeira e, principalmente, aos desejos de desintegração que muitos estados europeus claramente manifestam.
A Escócia vai decidir em 2014 se passa a estado independente, apesar de ser um partido independentista que hoje a governa, gozando de apreciável autonomia, com parlamento próprio.
Na Catalunha sucede a mesma coisa, mas os catalães não estão satisfeitos e querem mais, embora as consequências da separação catalã do Estado espanhol possam ser mais sérias, desde logo porque também o País Basco viria logo atrás e a Galiza não se faria esperar.
Na Bélgica, os flamengos querem separar-se dos valões (francófonos). Na Itália um partido defende a separação do Sul, que despreza, do Norte, criando aqui uma nova nação, a Padânia. Os nacionalistas da Córsega também não fazem a vida fácil à França. Isto para ficarmos pela União Europeia, porque se formos à Europa que antes foi parte integrante da União Soviética, encontramos muitas mais e igualmente complexas questões.
Não deixa de fazer-nos pensar que quando a integração europeia sofre a sua maior crise de sempre, a tendência para a desintegração se manifeste tão fortemente em tantos Estados europeus, revelando aquilo que se pode tomar por uma clara e séria tendência.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

As Capas da Cebola



A HISTÓRIA organiza-se em camadas, como se fosse uma cebola. Toda a gente tem uma camada de que gosta mais. Os informáticos pensam em bits, os desportistas em segundos, os cães e os brokers em minutos, as mulheres em dias, os políticos profissionais em anos, as famílias em décadas, os políticos sérios e de vocação em séculos, os cientistas em milénios.
Se aplicarmos a nossa energia sobre essa cebola, podemos livrar-nos do nosso nefasto destino. Mas é preciso aplicar muita energia. Quanta mais, melhor, e muito concentrada sobre a capa que preferirmos, porque a energia tende a dispersar-se.
Nesta cebola, de tão fina e delicada, cada capa afecta a seguinte, pelo que a maneira mais prática de mudar o futuro é concentrarmos toda a nossa energia, todo o nosso esforço, na capa que está no centro: o presente, agora!
Além da cebola do tempo, há a cebola do espaço. Também aqui podemos escolher onde exercer a nossa energia. Podemos pensar em indivíduos, famílias, bairros, cidades, nações, continentes, planetas.
Daqui a uns quantos milénios o degelo poderá acabar com a civilização. Mas dentro de alguns séculos esgotar-se-ão o petróleo e o urânio, haverá guerras nucleares, biológicas, climatológicas, fome, frio e sede, de água mas também de justiça e de vingança, haverá trágicos êxodos, horríveis matanças.
Porém, nada disto nos impressiona tanto como a realidade mais próxima: nas próximas horas mais umas centenas de portugueses vão ficar sem emprego, outras centenas ficarão sem casa e milhares de pessoas como estes nossos compatriotas terão o mesmo destino no sul da Europa. O passo seguinte será preocupar-nos só connosco e com aquilo que nos possa suceder…

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Sugestão breve para jeito Ao Gaspar



AQUELA directora da escola de Loulé que não deu de comer a uma criança de 5 anos por a família desta dever 30 euros à escola devia ser um exemplo! Não poderia esta exemplar funcionária do Ministério da Educação ser transferida para o gabinete do ministro das Finanças, o inefável Gaspar!? Então aquela atitude da directora  impedir uma auxiliar de pagar o almoço à criança e obrigar esta a sentar-se no refeitório sem nada à frente enquanto as outras comiam, merece os maiores encómios e aproveitamento que só podem existir na sua verdadeira proporção na apreciação pelos seus pares do ministério das finanças!!
 O Crato bem pode fazer um jeito ao Gaspar!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

A dúvida razoável



GOSTEI muito da entrevista do deputado Paulo Campos a José Gomes Ferreira, na SIC Notícias. Primeiro, porque Gomes Ferreira está no top dos nossos melhores entrevistadores de TV. Segundo, porque o actual deputado do PS e antigo secretário de Estado das Obras Públicas de Sócrates revelou uma preparação, uma segurança emocional e uma frieza capazes de estabelecerem, nos leigos, uma dúvida razoável. A verdade é que a entrevista acabou e os contratos das parcerias público–privadas (PPP) assinados pelo Governo de Sócrates permanecem um mistério.
Paulo Campos não só garante que todos os documentos tinham sido visados pelo TC, como lembra que estes não foram só assinados por si, modesto secretário de Estado das Obras Públicas.  O Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, o seu ministro Mário Lino, o Conselho de Ministros, na sua totalidade e até o Presidente da República Cavaco Silva, o último a assinar, foram o crivo por onde passaram os controversos documentos que nos fazem pagar os olhos da cara.
Paulo Campos só teve um deslize, ao pecar por excesso. Aquela dele, aos 47 anos, deputado da Nação, ser sustentado pelos papás é excessiva! Não tinha necessidade, principalmente depois de nos recordar que se tivesse roubado não teria roubado sozinho!
Paulo Campos não quer morrer sozinho. E aproveitou bem a oportunidade do convite de José Gomes Ferreira para nos recordar que o povo acha que “tão ladrão é quem vai à horta, como quem fica à porta”.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

IMIscuiram-nos na IMInência do IMI…



DURANTE décadas, os portugueses compraram casas porque era mais barato do que arrendar o pouco que havia. Os bancos, a fazerem o seu negócio, ofereciam crédito ao Deus dará. E ainda ofereciam para os móveis, para um carrinho para a menina que entrava na faculdade e para umas férias na República Dominicana…
Hoje, as coisas tornaram-se difíceis e já ninguém dá facilidades daquelas para não haver necessidade das famílias (como se diz agora) se descapitalizarem. Dantes, os juros eram ao preço da uva mijona. Hoje, com o desemprego, os cortes e os impostos, ninguém tem dinheiro e na floresta de Sherwood não há Robin que defenda os inocentes.
O IMI, a última arma de destruição massiva deste governo, abate-se agora sobre os pobres proprietários, criando-lhes ainda mais incerteza e fazendo com que as pessoas gastem ainda menos do que já gastavam. O consumo diminui e a receita dos impostos cai, naturalmente.
Confiança não se pode ter em quem mente dia sim, dia sim, quanto mais confiar em quem, numa semana, diz que em 2013 e 2014 havia um limite para a subida do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), depois diz que afinal já não vai haver essa salvaguarda e agora faz constar, sem o dizer, que afinal volta a haver uma salvaguarda.
Há quem se queixe de subidas de 2 mil por cento do IMI e quem conte histórias de terror acerca das reavaliações. Reclamar da justeza duma dessas avaliações custa logo, para começar, um depósito de 200 euros. E se a reclamação (cuja justificação legal também custa mais dinheiro) não for atendida, adeus 200 euros…
Com o desaparecimento do arrendamento de casas em Portugal, a maioria dos Portugueses vive em casa própria. Muitos pagam com dificuldade o empréstimo do banco. O pesadelo do IMI e o perfil dos ajudantes do xerife de Nottingham são devastadores.
 A angústia já era grande, mas passa, assim, a maior. As pessoas encolhem-se e gastam cada vez menos. A receita fiscal e o consumo que poderia proporcioná-la reduz-se ainda mais drasticamente. A confiança nos políticos roça o zero. Compreensivelmente.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

BANDEIRAS DESPREGADAS


A REPÚBLICA de pernas para o ar e o seu aniversário comemorado à porta fechada, num pátio esconso, no último feriado que o celebrava, com o primeiro-ministro a almoçar no albergue espanhol de La Valetta, em Malta , no regresso “jet set”de Bratislava, Eslováquia, tiveram o perfume dum cómico fim de regime.


É triste porem-nos a rir a bandeiras despregadas um século depois da implantação da República, com discursos às três pancadas, no recolhimento protector do pátio da galé, perante mais guarda-costas e jornalistas do que  festivos cidadãos. Mas nem assim conseguiram calar uma pobre desempregada que conseguiu levantar a voz para dar expressão ao seu desespero, nem uma jovem contralto que foi buscar Lopes Graça para exprimir a necessidade de todos resistirmos. Nem souberam pôr a bandeira que usam na lapela a drapejar como deve ser no mastro que lhe competia.


Não sou monárquico, mas não me custa comparar a pobreza confrangedora da cerimónia republicana, com o digno e mobilizador discurso de D. Duarte Nuno de Bragança, ao assinalar, quase na mesma data, o reconhecimento da fundação de Portugal, há perto de 900 anos, na letra e espírito do tratado de Zamora. Leiam-no, que nos conforta com alguma esperança e dignidade…

DOUTORES & ENGENHEIROS


UM ANTIGO primeiro-ministro e um ministro actual (ainda à hora e data em que escrevo) chamaram, pelas piores razões, as atenções dos portugueses e da comunidade internacional para algumas universidades portuguesas.
O curso de engenharia de Sócrates na Independente e os lapsos de Relvas na Lusófona, além de os envergonhar pela mentira e pela falta de preparação académica, põem em causa o prestigio e o valor das instituições, criando suspeitas quanto à existência de outros casos ainda ignorados e escondidos naquelas e em outras universidades portuguesas.
Abstenho-me de comentar o curso de Sócrates e não mando Relvas estudar. Nem um nem outro têm desculpa. Mas ambos não fizeram mais do que aproveitar as oportunidades facultadas por quem não devia sujeitar-se a semelhante procedimento criando graves prejuízos à credibilidade do ensino superior em Portugal sobretudo num momento em que tantos jovens se vêem forçados a mostrar diplomas portugueses no estrangeiro onde buscam o trabalho que a Pátria lhes recusa.
Calculo que tudo isto seja o resultado do casamento da fome com a vontade de comer. Presumo que cada um daqueles “professores doutores” (por extenso, se faz favor) que caiu na trampa de favorecer políticos influentes, fê-lo para tirar benefícios para as respectivas universidades. Mas proceder deste modo não é muito abonatório no que respeita à seriedade de processos nem aos cuidados devidos a cada uma das instituições.
Desde há mais de 20 anos que tenho dado aulas em quatro diferentes universidades e dois institutos superiores, nacionais e estrangeiros, nas diferentes qualidades de professor assistente, professor auxiliar, regente de cadeira e professor convidado.
Até hoje, não tive a mais pequena razão de queixa nem os meus antigos e presentes alunos se podem queixar do que quer que seja. Mas imagino a experiência dolorosa que os casos Sócrates/Relvas provocam em antigos e actuais alunos dessas instituições. Tenho uma jovem familiar que se esforça muito para, em 4 anos, tirar o seu diploma de medicina veterinária, o que custa à família os olhos da cara. Está cansada das gracinhas que lhe dirigem por frequentar a universidade das equivalências do Relvas...
A mim, há algum tempo, ofereceram gentilmente a possibilidade de me tornar mestre ou ser doutor. Mas o meu conceito de semelhantes graus académicos corresponde a outro grau de exigência dos que se tornaram conhecidos na Moderna, na Independente, na Lusófona, na Autónoma e mesmo no ISCTE.
Uma tese de doutoramento exige anos de pesquisa, análise e escrita o que é muito mais do que comprar um texto por três ou quatro mil euros disponível na internet. Enganar quem nos emprega com uma falsa “progressão na carreira”, tão em voga, ou trair os alunos deve ser absolutamente impensável.
Não se pode admitir que se ponham em causa milhares de profissionais a quem se peça um “curriculum vitae”, ou se pergunte em que faculdade andou.
Naturalmente dizer-se que se estudou em Oxford, Cambridge, Sorbonne ou em Harvard ou Yale, é uma maneira de anunciar uma formação cívica, social e académica em total excelência. Proclamar o curso na Moderna, Independente ou Lusófona não deve ser um pedido de maldição.
Por estas e por outras é que não quis mestrado nem tirei doutoramentos desses que se oferecem por aí à pressão. Fico muito contente quando me chamam sr. Letria. Licenciados, mestres e doutores cada vez há mais . Senhores é que cada vez há menos.
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In Mais Alentejo de Outubro de 2012