sexta-feira, 5 de outubro de 2012

BANDEIRAS DESPREGADAS


A REPÚBLICA de pernas para o ar e o seu aniversário comemorado à porta fechada, num pátio esconso, no último feriado que o celebrava, com o primeiro-ministro a almoçar no albergue espanhol de La Valetta, em Malta , no regresso “jet set”de Bratislava, Eslováquia, tiveram o perfume dum cómico fim de regime.


É triste porem-nos a rir a bandeiras despregadas um século depois da implantação da República, com discursos às três pancadas, no recolhimento protector do pátio da galé, perante mais guarda-costas e jornalistas do que  festivos cidadãos. Mas nem assim conseguiram calar uma pobre desempregada que conseguiu levantar a voz para dar expressão ao seu desespero, nem uma jovem contralto que foi buscar Lopes Graça para exprimir a necessidade de todos resistirmos. Nem souberam pôr a bandeira que usam na lapela a drapejar como deve ser no mastro que lhe competia.


Não sou monárquico, mas não me custa comparar a pobreza confrangedora da cerimónia republicana, com o digno e mobilizador discurso de D. Duarte Nuno de Bragança, ao assinalar, quase na mesma data, o reconhecimento da fundação de Portugal, há perto de 900 anos, na letra e espírito do tratado de Zamora. Leiam-no, que nos conforta com alguma esperança e dignidade…

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