domingo, 21 de outubro de 2012

Uma Clara Tendência


A EUROPA nem disfarça: assistimos à maior crise de integração europeia de sempre. Mas também parece haver cada vez menos gente preocupada com isso, se atentarmos nos anseios pelo regresso às moedas nacionais, se prestarmos atenção à desilusão perante a crise económica e financeira e, principalmente, aos desejos de desintegração que muitos estados europeus claramente manifestam.
A Escócia vai decidir em 2014 se passa a estado independente, apesar de ser um partido independentista que hoje a governa, gozando de apreciável autonomia, com parlamento próprio.
Na Catalunha sucede a mesma coisa, mas os catalães não estão satisfeitos e querem mais, embora as consequências da separação catalã do Estado espanhol possam ser mais sérias, desde logo porque também o País Basco viria logo atrás e a Galiza não se faria esperar.
Na Bélgica, os flamengos querem separar-se dos valões (francófonos). Na Itália um partido defende a separação do Sul, que despreza, do Norte, criando aqui uma nova nação, a Padânia. Os nacionalistas da Córsega também não fazem a vida fácil à França. Isto para ficarmos pela União Europeia, porque se formos à Europa que antes foi parte integrante da União Soviética, encontramos muitas mais e igualmente complexas questões.
Não deixa de fazer-nos pensar que quando a integração europeia sofre a sua maior crise de sempre, a tendência para a desintegração se manifeste tão fortemente em tantos Estados europeus, revelando aquilo que se pode tomar por uma clara e séria tendência.

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