O NOSSO amigo Carlos Medina Ribeiro, a alma e a
cabeça deste SORUMBÁTICO que todos nós lhe devemos, é um olissipógrafo incansável,
denunciando com os seus textos e fotografias os atropelos que Lisboa sofre,
todos os dias, com maior ou menor arte. Nas suas fotos e em muitas das suas
queixas figuram os graffiti, obscenos
e sem sentido, quase todos eles. Simples porcaria urbana.
Devo confessar que aprecio os verdadeiros artistas do graffiti e algumas das suas obras.
Conheço, aliás, cidades onde lhes é dado espaço em zonas decadentes onde muitos
inscrevem nas paredes verdadeiras obras-primas. Eu próprio gostaria de um dia
ter uma casa, um edifício, um armazém, onde uma equipa desses talentosos
artistas se pudesse exprimir livremente e com bom gosto. Madrid e Barcelona
souberam aproveitá-los…
Agora, até um vereador da Câmara de Lisboa promete bater-se contra
os graffiti.Vamos esperar para ver... Sem dúvida que exercida assim,
clandestinamente, a inscrição em paredes não é nenhuma arte, é porcaria urbana
que desfeiam casas, cobrem muros, sujam monumentos, estragam estátuas e
emporcalham comboios, constituindo atentados contra a propriedade alheia.
Geralmente, os seus autores permanecem impunes e os graffiti custam muito dinheiro a limpar.
Resta saber se há meios para impedir a prática de tais crimes e se
depois do trabalho dos esforçados agentes policiais os tribunais não se ocupam
a reenviá-los para a rua, como sucede com frequência entre nós, com autores de
infracções bem mais graves.
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In Sorumbático, 31 Outubro 2012
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