quarta-feira, 7 de novembro de 2012

AS PAREDES DO NOSSO DESCONTENTAMENTO


O NOSSO amigo Carlos Medina Ribeiro, a alma e a cabeça deste SORUMBÁTICO que todos nós lhe devemos, é um olissipógrafo incansável, denunciando com os seus textos e fotografias os atropelos que Lisboa sofre, todos os dias, com maior ou menor arte. Nas suas fotos e em muitas das suas queixas figuram os graffiti, obscenos e sem sentido, quase todos eles. Simples porcaria urbana.
Devo confessar que aprecio os verdadeiros artistas do graffiti e algumas das suas obras. Conheço, aliás, cidades onde lhes é dado espaço em zonas decadentes onde muitos inscrevem nas paredes verdadeiras obras-primas. Eu próprio gostaria de um dia ter uma casa, um edifício, um armazém, onde uma equipa desses talentosos artistas se pudesse exprimir livremente e com bom gosto. Madrid e Barcelona souberam aproveitá-los…
Agora, até um vereador da Câmara de Lisboa promete bater-se contra os graffiti.Vamos esperar para ver... Sem dúvida que exercida assim, clandestinamente, a inscrição em paredes não é nenhuma arte, é porcaria urbana que desfeiam casas, cobrem muros, sujam monumentos, estragam estátuas e emporcalham comboios, constituindo atentados contra a propriedade alheia. Geralmente, os seus autores permanecem impunes e os graffiti custam muito dinheiro a limpar.
Resta saber se há meios para impedir a prática de tais crimes e se depois do trabalho dos esforçados agentes policiais os tribunais não se ocupam a reenviá-los para a rua, como sucede com frequência entre nós, com autores de infracções bem mais graves.
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 In Sorumbático, 31 Outubro 2012

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